terça-feira, 15 de novembro de 2011

35 anos de Golf GTI

O Golf GTI é um dos carros mais queridos na Europa e, este ano, está completando 35 anos. Para marcar a data, a VW lançou uma campanha recheada de storytelling. No comercial de TV, dois viajantes do tempo vão até 1976, encontrar os engenheiros que projetaram o carro para avisar que o produto vai ser um sucesso e apresentar a versão 2012.


Pensa que parou por aí? Nada! A história continua na página do Facebook.


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A websérie d'O Astro: preguiiiiiiiça

A Rede Globo tem certas dificuldades em assumir a necessidade de produzir conteúdo transmídia. São questões óbvias e razoáveis: o tamanho da empresa, a força que ela tem sobre o mercado de televisão e a margem de manobra pequena para se tentar novos formatos em novas plataformas.

Há duas semanas, se não me engano, entrou no ar, no Globo.com, a websérie de O Astro, a novela das 23h. Sob o signo de Ferragus promete, em sua página, cenas exclusivas, com o personagem de Francisco Cuoco unindo passado e presente em uma narrativa melancólica, onde será contada a linda história de amor entre Herculano e Amanda... Pera aí... mas a novela não é sobre a linda história de amor entre Herculano e Amanda? Sim... É isso mesmo.

É fato que não deixa de representar um dos tais 7 pontos de Henry Jenkins para conteúdo transmídia: a subjetividade. A subjetividade é a possibilidade da história ser contada através de diferentes pontos de vista. Isto vai enriquecer a experiência do espectador de modo que ele se envolva ainda mais com aquele universo. Não é o que acontece. Na verdade, a websérie é quase um resumão sobre a novela, narrado pelo personagem Ferragus através de um texto e alguns recursos de edição. Mas por que?

Minha opinião é que a idéia foi bacana. Um personagem característico do universo de O Astro foi destacado para dar sua versão dos fatos. Ferragus é ótimo para isso. É o mestre do protagonista e convive com todos os elementos sobrenaturais que são o diferencial da novela.

O primeiro erro foi apostar que o conflito central da novela deveria ser também o conflito central da websérie. Mesmo que a história na web orbitasse os acontecimentos da TV, ela deveria ter uma ação própria. Isto não foi feito e Sob o signo de Ferragus acaba soando apenas como comentários do coroa místico sobre os últimos capítulos da TV.

O segundo erro está relacionado ao primeiro. Baseado no fato de que a história principal é a mesma da TV, o conteúdo exibido na web é praticamente o mesmo da novela. As tais "cenas exclusivas" nem são percebidas. Afinal, o conflito é o mesmo, os personagens envolvidos são os mesmo. Só o que muda é ter a voz de Francisco Cuoco comentando o ocorrido.

Analisando isso, chego a uma conclusão. Na verdade, o primeiro erro aconteceu depois do segundo. Entendeu? Vou explicar.

Antes de alguém pensar na história que Sob o signo de Ferragus contaria, este alguém foi alertado: "mas atenção, não produziremos material extra para esta websériezinha". Quer dizer que o autor web teve que se virar com o material que tinha sobrando na edição da novela. Não dava para fazer nada muito melhor do que acabou indo para o site.

A tal margem de manobra é curta mesmo. Mas enquanto houver esse desprezo pelas novas mídias, nenhum grande grupo audiovisual vai conseguir sucesso produzindo conteúdo multiplataforma. O primeiro ponto é entender que uma websérie bem feita, original, com material produzido exclusivamente para ela, com equipe (mesmo que reduzida) e elenco voltados para isso, pode gerar ainda mais audiência. O bom conteúdo transmídia reforça o produto principal além de gerar audiência própria. Mas por enquanto, parece que, aqui no Brasil, ainda rola uma preguiça na hora de pensar sobre isso.



Rede Globo, Brazil’s biggest media conglomerate, is resistant in noticing the necessity for transmedia content. The need for it is obvious: it is a huge company, strong power over the TV market and not much originality in trying new media platforms.

Two weeks ago, Globo starting airing a new Webseries based on the 23h soap-opera The Star. “Under the Sign of Ferragus” promises, in its website, exclusive scenes about the main character’s love story with his romantic partner.

But wait. Isn’t the soap opera about… The main character’s love story with his romantic partner?

Henry Jenkins talks about subjectivity, and a webseries like this could explore a different point of view from that which is represented in the soap. This could enrich the viewers experience, giving him more depth in the story. But, truth be told, the webseries is just a big summary of what has happened on TV.

Our opinion is that the idea was great. A big character in the soap was chosen to give his version of the facts, and Ferragus is great for that. He is the main character’s master and lives daily with all the supernatural elements that make the soap different from its predecessors.

However, the biggest mistake was to think that the main conflict in the soap opera should be the main conflict in the webseries as well. Even if the main story in the webseries orbited around the story on TV, it should still have a story line of its own. This was not done in “Under the Sign of Ferragus”, and what it ends up feeling like is a mystical old man commenting on last night’s episode.

The second mistake is a consequence of the first. Since the main story is shared in both mediums, a lot of the content is exactly the same. To the point where the so-called “exclusive scenes” go by unnoticed, not seeming exclusive at all: the characters are the same, the conflict is the same. All that changes is the voice of who is telling the story.

Maybe, looking back, the first mistake followed the second, not the other way around. We’ll explain:

Before the creator of the webseries even had a chance to think of his story, his bosses told this creator: We are NOT shooting anything extra for your webseries, whatever the hell that is. The creator, then, had to deal with whatever material was left over from the editing room. Come to think of it, we don’t blame him for the material he came up with, seeing that he had so little maneuver space.

If the biggest media corporation in Brazil is not thinking about new medias, its hard to expect others to follow. The most important issue would be for them to understand that new medias can help with their “main” products. A good webseries, well done, original, with exclusive content, a crew (even if a small one) e cast dedicated to the series can help to build an even broader audience for whatever show they are trying to promote.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

PLC 116



quinta-feira, 23 de junho de 2011

Fan fiction II - Follow the Owl to Pottermore

Sete livros, o oitavo filme quase pronto e todo mundo pensou que uma das franquias de maior sucesso de todos os tempos estava chegando ao fim.

Mas a autora J. K. Rowling anunciou o novo passo transmídia de Harry Potter: o portal Pottermore.

A princípio vai ser um espaço onde novos elementos serão revelados e acrescentados ao universo do bruxo mais pop do planeta. E se o Paulo Coelho pretende retomar este posto (o que eu acho difícil) é bom ele prestar atenção na fala da autora no vídeo abaixo.

Pottermore é uma online reading experience com adições cruciais, sendo a principal delas você, o leitor e fã de Harry Potter. Embora pouca coisa esteja sendo confirmada por enquanto, me parece claro que, além de expandir a experiência que os fãs tiveram ao longos dos livros e filmes, Rowling vai dar espaço para os leitores se tornarem também escritores de sua franquia.

Isto é uma coisa que já acontece há bastante tempo na internet. Existem diversos sites especializados na produção e divulgação de conteúdo produzido por fãs de Harry Potter, onde cada um cria versões, personagens e histórias baseados no universo proposto pela autora.

A jogada é, além de saciar os fãs, unificar a produção de fan fiction de Harry Potter. O portal já se mostra extramente bem planejado. Ele será lançado em outubro de 2011. Mas alngus poucos sortudos poderão ter acesso e ajudar no desenvolvimento já no dia 31 de julho. Para isso, basta seguir a coruja. ;)

Pottermore trás inúmeras possibilidades para franquia, todas elas apoiadas pela consistência dos fãs.


Seven books, the eighth movie almost ready and everyone thought that one of the most successful franchises of all times was coming to an end.

But the author J.K. Rowling recently announced Harry Potter’s new transmedia action: the Pottermore portal.

At first, it’s a place where new elements will be revealed and added to the world’s most pop wizard’s universe. And if Paulo Coelho ever wishes to regain that post (which we find very improbable), he should start paying attention on what the author has to say in this video.

Pottermore is an online reading experience with crucial additions, the most important one being you, Harry Potter reader and fan. Although not much has been confirmed at this point, it seems obvious that, not only will the portal expand the experience fans had throughout the books and movies, Rowling will also give space to the readers so that they too can become authors in the franchise.

This has happened for a long time on the web. There are numerous websites specialized in the production and spreading of the content made by Harry Potter fans, where each person creates their own versions of the stories, new characters and new stories altogether based on what the author has offered us.

The catch is, not only will this fulfill the fans, this portal will unify Harry Potter fan fiction. The portal has already showed itself well planned. It will be launched October/2011. But some lucky ones will be able to access and contribute to the development of the portal starting July 31st. To be able to do that, all they have to do is follow the owl.

Pottermore brings numerous possibilities to the franchise, all those based on the fans consistency.

Chico Bastidores

Muito trabalho pouco post. A vida é assim mesmo. Mas para movimentar um pouco as coisas por aqui, vale falar sobre o assunto da semana: o lançamento do novo disco de nosso megaultrablaster compositor e cantor Francisco Buarque de Hollanda (o nome do disco é Chico).

O assunto foge um pouco de transmedia storytelling, mas vale ser mencionado devido às questões sobre direitos autorais que ele levanta.

A Biscoito Fino, selo do novo disco do querido Chico, resolveu inovar na sua campanha de lançamento. Aproveitando a força das comunidades de fãs do cantor dos olhos de ardósia na internet, prometeu, para quem fizesse a pré-compra do disco, conteúdo exclusivo. Você pode entender melhor a promoção neste site.

Belo plano, certo? O resultado foi positivo. Quase 10% da tiragem inicial foram vendidos nas primeiras 24h.

Acontece que a UOL, achou que tinha o direito de divulgar em seu site o tal conteúdo exclusivo. Só faltou combinar com a Biscoito Fino, com o Chico Buarque e com os fãs que pagaram para ter acesso, comprando o disco na pré-venda. Resultado: o conteúdo exclusivo se espalhou por aí e, obviamente deixou de ser exclusivo.

O consolo para os fãs é que, quem comprou o disco na pré-venda, vai recebê-lo antes de todo mundo. O lamento para nós é perceber que uma empresa séria resolveu apostar nas novas mídias para lançar um produto e outra resolveu que lucraria em cima do trabalho alheio.

Mas fica a questão: apesar da falta de respeito, não teria esse imbróglio todo ajudado a circular mais informação sobre o disco na web e, consequentemente, aumentado as vendas? E outra: o fã não prefere comprar o produto oficial, desde que o preço seja justo?




Lot of work, not a lot of posting. That’s life! However, to get things moving this week, we thought we should talk about this week’s hot topic in Brazil: the release of the new album of our megaultrablasteruber composer and singer Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque), named Chico.

The subject is a little off of transmedia storytelling, but it deserves mention because of the issues it raises related to copyrights.

Biscoito Fino, Chico’s new album’s the record label, decided to innovate during Chico’s launching campaign. Using the strength of the fan community on the web, the label promised exclusive content for whoever pre-bought the album. You can understand the campaign better on the following website.

Great plan, right? And with great results. Almost 10% of the first ‘batch’ was sold in the first 24 hours.

It just so happens that UOL, a Brazilian internet provider, thought they had the right to disclose this exclusive content on their website. The only problem was: they forgot to ask Biscoito Fino, or Chico Buarque himself, or the fans that spend money in order to have access to that exclusive content. The result was: the exclusive content started spreading and, obviously, ceased to be exclusive.

The consolation for those fans is that they’ll have access to the album before everyone else. What’s sad for us is noticing that, while one company bet on the power of new medias to launch a new product, another decided to profit on top of other people’s work.

But the question lingers: despite the disrespect UOL showed in doing this, hasn’t this whole situation helped circulate more information about the album and, as a consequence, increased sales? Another question: won’t the fan rather buy the official product, as long as the price is just?

terça-feira, 3 de maio de 2011

Adaptação X Transmedia X Transmedia Storytelling - Parte II

Alguém pode falar: "Transmedia Storytelling não é algo tão novo assim! Há muito tempo já se adapta peças de teatro para o cinema, o livros para o teatro, ou etc e etc."

Não é bem assim. De fato a adaptação é algo que já se faz há muito tempo no mundo das artes. E o cinema é mestre em fazer isso. Existe uma estatística que mostra que algumas das maiores bilheterias de todos os tempos são oriundas de filmes que vêm de alguma adaptação. Pode ser o Homem-Aranha importado dos quadrinhos. Ou até mesmo o Titanic, importado de uma tragédia real.

Todos eles são adaptações de algo que surgiu em determinada mídia e foi parar em outra, no caso, o cinema.

Só para provocar um pouco, é bom lembrar que a maior bilheteria de todos os tempos é Avatar, curiosamente original, e possuidor de complexo e rico conteúdo de transmedia storytelling.

Mas voltando ao assunto. Seriam as adaptações transmedia storytelling? Na minha opinião, não! As adaptações são ações transmedia, com certeza. Um conteúdo originariamente produzido para uma mídia, foi moldado para outra. Ok.

Mas é só transmedia. Não transmedia storytelling. Para estar nessa segunda categoria, um conteúdo não pode simplesmente ser o resultado de uma adaptação. Transmedia storytelling implica em se lançar mão de diversas plataformas para que uma história seja contada. No caso de Titanic, por exemplo, a tragédia acontecida no mundo real, estampada em diversos jornais e retratada em muitos documentários, não se comunica com o filme ficcional de James Cameron.

O simples fato de um conteúdo ser transmedia, não faz dele um transmedia storytelling content.

Pode vir algum espertinho com a seguinte pegadinha: "Então você está dizendo que o Homem-Aranha e Harry Potter não são transmedia storytelling?"

Alto lá! Vamos analisar o Harry Potter. Se tivesse ocorrido a simples adaptação dos livros para o cinema, certamente esta afirmação estaria certa. Mas, não foi o que aconteceu. Junto com a criação dos filmes, os responsáveis aproveitaram o enorme potencial do universo criado por J. K. Rowling e desenvolveram diversas ações que fortaleceram a franquia através de diferentes plataformas.

Video games, parque temático e até o estímulo à produção de fan fiction mostram como Harry Potter foi pensado pela Warner como um conteúdo de transmedia storytelling desde o primeiro filme.

Concluindo, embora as adaptações possam ser consideradas transmedia, elas não são necessariamente transmedia storytelling. Quando esta transposição é feita, ela pode ser um elemento que caracterizará uma ação de transmedia storytelling, mas por si só, ela é apenas uma adaptação do mesmo conteúdo para uma mídia diferente da sua original.



Well, ok. Someone can say: “Transmedia storytelling isn’t that new! People have been adapting play into movies, books into plays, so on and so forth for ages.”

It doesn’t exactly work that way. Yes, adaptation is a process known for a very long time in the art world. Film is the master of doing this. In fact, research shows that a big chunk of the movies among the highest grossing of all times, in fact, are adapted stories, some way or another. Spider-Man, imported from comics. Titanic, imported from a real-life tragedy.

These are adaptations of stories that appeared in one media and ended up in another, in this case, the cinema.

Food for thought: Avatar is, curiously, an original story, and has a vast content in transmedia story-telling.

So. Are adaptations a form of transmedia storytelling? Not in my opinion! Adaptations are certainly transmedia. But not transmedia storytelling. Here’s the difference. In the latter, the content depends on various medias to tell one same story. Take the Titanic. Its a real life event and depicted in many newspapers and document, which are, in now way, related to the James Cameron film.

So, its not the fact that the same content is in two medias that defines it as transmedia storytelling content.

“So you’re saying that Spider Man and Harry Potter are not transmedia storytelling concept?”

Lets analyse Harry Potter. If the book had simply been transposed to screen, the answer would be: no, they aren’t. But that’s not what happened. During the development of the film, the creative team took advantage of the huge potential the universe created by J.K Rowling had, and developed different strategies in various platforms to strengthen the franchise. Video-Games, theme parks and even the inciting of fan fiction by the studio show that Warner thought of the whole product as transmedia storytelling content, since the first movie of the series.

To conclude: its not the presence of the same product in more then one media that makes it transmedia storytelling. It’s the interconnection of the medias to help tell one, layered and consistent story.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Adaptação X Transmedia X Transmedia Storytelling - Parte I

Adaptação X Transmedia X Transmedia Storytelling - Parte I


A pretensão aqui não é definir o que é exatamente nenhum destes conceitos. Como bons elementos da pós-pós-modernidade, ou seja lá como vai chamar o tempo histórico que nós vivemos, eles são efêmeros, mutáveis, flexíveis e por aí vai.

Já li em alguns blogs que Transmedia Storytelling não é exatamente uma coisa muito nova. Eles alardeiam: A Bíblia já era transmedia storytelling! Hein?

Bem... os argumentos para isso são bem contundentes. A Bíblia (Antigo Testamento e Novo Testamento) traz um si a construção de um universo complexo, onde diversas histórias se desenvolvem. Elas possuem diversos elementos que hoje utilizamos para a concepção de uma nova série animada para a TV, por exemplo.

Como? Vamos lá. O universo complexo, como eu já falei: expectativas messiânicas, perseguição romana, acontecimentos místicos. Tudo isto compõe a diegese (estou usando este termo para deixar o Ruy Guerra orgulhoso) onde os judeus atravessarão o Mar Vermelho a pés enxutos, ou Jesus Cristo irá multiplicar o pão, ser crucificado e ressuscitar no terceiro dia. É por tanto um universo que possui unidade e possibilita o desenvolvimento de diversas histórias nele. Cabe ressaltar que todas elas possuem uma estrutura narrativa mitológica exemplar. Não fosse assim, não teriam durado até os dias de hoje. Eis a força de uma história bem contada.

Mas voltando a nossa questão, outro elemento presente nas histórias da Bíblia e que também é recorrente nos atuais transmedia storytelling contents é a subjetividade, eleita por Henry Jenkins como um dos 7 princípios nucleares do transmedia storytelling.

Exemplo? Pense nos 4 Evangelhos. Neles, cada um dos autores conta suas versões dos fatos sobre a passagem de Jesus pela Terra. Alguns acontecimentos são retratados em mais de um autor, inclusive. Mas cada um deles, embora rodeando a mesma ação dramática, apresentam características próprias.

Dei aqui dois exemplos – a complexidade do universo bíblico e a subjetividade - , mas tenho certeza que podemos encontrar muito mais.

Ei! Então os tais blogs estão certos!

Na minha humilde opinião, nem tanto. A Bíblia apresenta certas características comuns ao transmedia storytelling. Com a exceção de uma. Justamente aquela que diferencia esta modalidade de contar histórias das demais: o fato de ser transmedia!

A Bíblia apresenta todo seu conteúdo em um livro. Esta é a mídia que ela utiliza e somente esta. Os discursos que padres, pastores e teólogos fazem em cima do que está escrito na Bíblia não fazem mais parte dela. O livro sagrado cristão, em termos de conteúdo, termina no Apocalipse.

Portanto, embora seja uma excelente fonte para nós roteiristas da Era de Aquarius pesquisarmos, a Bíblia não é um conteúdo de transmedia storytelling.

No próximo post: E adaptação? Não seria uma forma de transmedia storytelling?


Adaptation x Transmedia x Transmedia Storytelling – Part I

We do not intend to define exactly what each of these concepts mean. As any good post-modern element – or whatever name we chose to give to the era we’re living in – these concepts are changeable, flexible, so on and so forth.

I’ve read in some blogs that Transmedia Storytelling is not exactly a new concept. They warned us: “The Bible was already Transmedia Storytelling.” Say, what?!

Well… Fact of the matter is they have damn good arguments to prove their points. The Bible contains an extremely complex universe where the stories develop. These stories carry many elements that nowadays would be used, for example, in a new animated TV series.

How? I’ve already talked about the complex universe. Messianic expectations, Roman persecutions, mystical phenomena. All this results in the plot where Jews can cross the Red Sea without getting their feet wet, or Jesus Christ multiplying bread, dying on the cross and resuscitating three days later. It is, therefore, a universe that contains unity and allows the development of such stories. It is also important to notice that all of these stories carry an exemplary mythical structure. If it weren’t for that, these stories wouldn’t survive until now. And that, my friends, is the power of a well told story.

Another element present in Bible stories and that can also be found in contemporary examples of transmedia storytelling contents is subjectivity, chosen by Henry Jenkins as one of the seven core concepts of transmedia storytelling. Example? Think of the four Gospels. Each author tells their version of the facts about Jesus Christ’s passage on Earth. Some of these events appear in more then one Gospel. But each one, even though they have the same dramatic action, shows specific characteristics.

I have given two examples, but more can be found, for sure. For example, Henry Jenkin’s concept of performance!

Hey! The blogs were right!

In my humble opinion, not really. The Bible shows certain characteristics common to transmedia storytelling. With one exception. The exact one that differentiates this type of storytelling from any other: the fact that it is, ta-da, transmedia!

The whole content of the Holy Bible is all in one book. That’s the media the Bible uses, and only that. Speeches and interpretations priests, pastors and theologians make of the Bible do not belong in it. The Holy book finishes on its last page.

Therefore, even though the Bible is a great resource for us , the story tellers of the the Age of Aquarius, we can not call it transmedia storytelling content.

And, on our next post: what about Adaptations? Are they a manifestation of Transmedia Storytelling?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

7 Conceitos de Henry Jenkins para Transmedia Storytelling


Por enquanto, vamos colocar aqui a tradução com direito a algumas palavras adaptadas e outras inventadas. Mas, mais posts virão.

Potencial de Compartilhamento X Profundidade

A habilidade e grau que o conteúdo tem de ser compartilhado e a motivação do espectador em compartilhar o conteúdo versus a habilidade do espectador de explorar profundamente o conteúdo que ele encontra quando esbarra numa ficção que prende sua atenção.

Continuidade X Multiplicidade

Algumas franquias transmídias mantêm uma coerência continua para que possa haver plausibilidade máxima em todas as extensões de conteúdo. Outros corriqueiramente usam versões alternativas dos personagens ou universos paralelos das suas histórias para mostrar maestria sobre o conteúdo apresentado.

Imersão x Extração

Na Imersão, o consumidor entra num universo da história (ex: parques temáticos), enquanto em se falando de potencial de extração, os fãs levam consigo aspectos da história como recursos que eles utilizarão em espaços do seu dia-a-dia (ex: produtos da loja do parque)

Construção de Universos:

Extensões transmedia. Muitas vezes elementos não diretamente relacionados à narrativa principal, que dão uma descrição mais rica do universo onde a narrativa principal se desencadeia. Franquias podem explorar tanto o universo digital quanto experiências reais. Essas extensões muitas vezes levam os fãs à catalogarem e capturarem elementos díspares.

Serialidade

Transmedia Storytelling pegou a idéia de se quebrar o arco narrativo em pequenos e discretos pedaços ou instalações dentro de uma única mídia e transformou isso na idéia de espalhar esses pedaços de história em diversas plataformas.

Subjetividade

Extensões transmedia muitas vezes exploram o conflito central através de outros olhares, como, por exemplo, os de personagens secundários ou pessoas de fora. Essa diversidade leva os fãs a considerarem mais cuidadosamente quem está contando a história e por quem eles falam.

Performance

A habilidade que as extensões transmídia têm de levar os fãs a produzirem performances que podem acabar se transformando em parte do transmedia storytelling em si próprias. Algumas performances são por convite do criador do conteúdo, mas nem sempre. Muitas vezes os fãs procuram ativamente espaços para potenciais performances.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O Novo Mortal Kombat e suas ações de Transmedia

O Novo Mortal Kombat será lançado para PS3 e Xbox360 no dia 19 de abril. A Warner, detentora dos direitos da franquia em todas as mídias, tem feito uma série de ações para aquecer os fãs antes do lançamento do game.

Diversos conteúdos, com destaque especial para vídeos, estão sendo lançados na internet. Os vídeos vão desde piadas sobre os famosos fatalities do jogo, até um clipe sexy de cosplay com as principais personagens femininas da série.


Mas, o que me chamou a atenção mesmo, foi a websérie, batizada de Mortal Kombat: Legacy. Dirigida por Kevin Tancharoen, Mortal Kombat: Legacy, traz uma versão mais "real" do universo do game.

A versão oficial é que Tancharoen fez um curta (que você pode assistir neste link) para chamar a atenção da Warner. E então vendeu a idéia para a empresa. Um pouco estranho isso, né? Mas, tudo bem...

A questão é que a série oficial lançou seu primeiro episódio e já está fazendo sucesso na web. O que mais impressiona é a qualidade da produção.

É um exemplo de como a produção transmídia é algo extremamente benéfico para as produtoras de conteúdo. A série está não só reforçando o interesse pela franquia (que tem os games como principal produto), como está colocando no mercado mais um produto derivado daquele universo.




E este é o link do canal no Youtube onde há vários conteúdos do novo Mortal Kombat.


The New MORTAL KOMBAT and its Transmedia actions.

The new Mortal Kombat will be launched for PS3 and Xbox360 on April 19th. Warner Bros, who own all the franchise’s rights, in every media, have been doing lots of awesome stuff to warm up the fans before the official launching of the game.

Many contents, with special attention to videos, are being launched online. The videos range from jokes about the famous ‘fatalities’ of the game to a sexy video of Cossplay with the main female characters of the game.

But what most called our attention was the their webseries, called Mortal Kombat: Legacy. Directed by Kevin Tancharoen, Mortal Kombat: Legacy brings a more “realistic” game universe.

As far as the official version of the story goes, Tancharoen made a short film (available at this link) to call Warner’s attention. And then sold the idea to the studio. A little odd, no? But, well, ok.

Fact of the matter is the first episode of the series has already been launched and is a big hit on the web. And the most impressive about it is its high quality production.

It’s a clear example of how helpful transmedia production can be for content producers. Not only does the series reinforce the interest on the franchise (which have in the games their most important product), it also puts another of the franchise’s product on the market.


quarta-feira, 23 de março de 2011

Rio Content Market

Na semana passada aconteceu o Rio Content Market, no Hotel Windsor, na Barra. O evento reuniu diversos profissionais brasileiros e internacionais da criação de conteúdo e da indústria do entretenimento.

O Ponto e Vírgula destaca o keynote de David Shore, criador e roteirista de House MD, onde o autor disparou diversas pérolas. "Eu devo ter escolhido criar histórias que não são de verdade, porque eu não queria um trabalho de verdade." Ou, "Naquela época eu era muito jovem e estúpido para tirar vantagem do fato de ser jovem e estúpido."

Além dele, o painel apresentado por Mark Warshaw, Jeff Gomez e Maurício Motta, sobre narrativas transmídias foi, pelo menos para nós, um dos pontos altos do evento. No dia seguinte à apresentação deles, o jornal O Globo divulgou uma nota que os três pensam em abrir um espaço de capacitação aqui no Brasil. Eu apóio!

Mas sem dúvida, a grande importância do evento é reunir diversos elos da cadeia produtiva audiovisual possibilitando que cada um exponha suas capacidades e expectativas. Neste ponto, diversos canais de TV (aberta e fechada) mostraram interesse em co-produções com produtoras independentes. Na mesma linha, diversos produtores mostraram casos de sucesso em séries, games, educação e publicidade.

Para nós, também ficou claro a enorme carência do mercado brasileiro de roteiristas. Produtores e exibidores já dão mostras de que a profissionalização e o crescimento da indústria de conteúdo dá passos largos no Brasil. E nós do Ponto e Vírgula estamos preparados para que o primeiro passo de qualquer projeto não seja dado em falso.




Last week, the Windsor Hotel, in Rio de Janeiro, hosted the Rio
Content Market
. The event gathered many Brazilian and international content creators and entertainment business professionals.

Ponto e Virgula makes special notice to David Shore's keynote. Shore is the creator and writer of House MD and had a few memorable quotes: "I must have chosen to write stories that aren't true because I didn't want a job that was true."Or "At that time I was too young and stupid to take advantage of the fact that I was young and stupid."

Besides Shore, the panel presented by Mark Warshaw, Jeff Gomez and Maurício Motta, about transmedia narrative, at least for us, one of the event's highlights. The day after their presentation, the newspaper O Globo wrote a note stating that the three of them consider opening a training center in Brazil. Let us hope!

However, without a doubt, the most important aspect of the event is to gather many different links in the audio-visual criative process chain, thus allowing each of the persons envolved to expose their capacity and expectations. On this note, many TV channels, (both cable and not) showed interest in co-productions with independent productions. Also, many producers showed successful examples in series, games, education and advertisement.

For us, at Ponto e Virgula, it was also made clear how high the demand for screen and tv writers in Brazil is. Producers and other related professionals already show that both professionalization and growth are happening at lightning speed. We, from Ponto e Virgula, are here to help make sure that speed doesn't lose its track.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Jennifer Aniston & Virals

Percebendo o poder do youtube, Jennfier Aniston, a garota propaganda do smart water, fez um vídeo se aproveitando de grandes virais que rolaram por aí. O resultado é divertido e engraçadinho, e em menos de 72h já ultrapassou um milhão de hits.

Isso mostra como a internet é um veículo fortíssimo para propaganda, barato para o anunciante e gratuito para o usuário que, ao invés de ser-lhe imposto um anúncio qualquer durante a programação da televisão, busca ativamente o anúncio que melhor lhe convém.

Quer fazer um desses? Fala com a gente! :)

SmartWater, and their leading girl, Jennifer Aniston, made a video using big viral hits from the last few months. The result is fun and fresh, and has reached over one million hits in less then 72h.

This shows how the internet is a strong vehicle for advertisement, cheap for the company, free for the client who, instead of watching imposed ads on the internet, actively searches for what he wants to watch.

Want to do one of these? Talk to us! :)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Omertà - o primeiro curta a gente nunca esquece.

Embarcando numa onda saudosista, vou postar meu primeiro curta metragem. Feito nos idos de 2005, talvez... O processo criativo foi bem interessante. Uma câmera, dois atores, um texto escrito em inglês, figurinos emprestados do próprio armário. O filme nem entra na faixa "baixo orçamento", porque ele só custou 20 reais (que, na época, era o preço da fita).


A ficha técnica é simples.

Roteiro: Marcelo Andrade

Direção: Marcelo Andrade e Ricardo Andrade

Edição: Ricardo Andrade


Elenco: Cauã Reymond e Gabriel Miceli


O resultado foi esse curtinha que está sendo exibido no Canal Brasil.

Além disso, em cima do universo e dos personagens, eu escrevi um longa, que teve o roteiro selecionado no Pitching de Roteiros da Globo Filmes no Cinecerá 2008.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Intel: Storytelling na publicidade

Este comercial da Intel é muito bacana. Além de mostrar como pode ser eficiente utilizar storytelling para fazer propaganda, ele ainda usa o conceito de multiplataforma, contando a história através de diferentes janelas (mesmo que tudo se passe dentro de um computador, afinal é uma propaganda da Intel, né?)

Uma boa história pode ir além de vender um produto, ela serve para apresentar o conceito daquela marca, levando o consumidor/espectador e viver uma experiência que reflete o que a empresa pretende oferecer. Você assiste, curte o filminho e, de tabela, curte a Intel. Inteligente e eficaz.

O ponto fraco é a resolução da história, o terceiro ato, para usar um termo bem batido na dramaturgia. Afinal, por que a protagonista não agiu desta forma desde o começo? Se é história, tem que ter curva dramática. E alguém derrapou bem no finalzinho.

Faltou um roteirista aí, hein? :P

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Malu de Bicicleta

Dia 04 de fevereiro de 2011, estreia o filme Malu de Bicicleta, de Flávio R. Tambellini, adaptado do livro homônimo de Marcelos Rubens Paiva.

Eu (Marcelo Andrade) fui colaborador do roteiro, fazendo os tratamentos finais antes da filmagem. Foi um processo muito interessante porque eu trabalhei direto com o diretor equilibrando processo criativo e urgência de produção. Até os últimos dias estávamos mexendo em algumas coisas. O resultado ficou bem legal!

O Tambellini é um cineasta que sabe a importância de um bom roteiro e, apoiado pelo talento do Rubens Paiva, o filme já conquistou alguns prêmios em Paulínia, além de elogios por onde passou. História boa, direção segura e criativa e atores talentosos.

Portanto, não perca, dia 04 de fevereiro, estreia nos cinemas! Assista e deixe seu comentário aqui!

Enquanto isso, dê uma conferida no trailer.