segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Ho-ho-ho! A lista de presentes da Ponto e Vírgula

Está chegando o fim de ano e além de preparar uma lista de metas para 2013, começamos a elaborar também nossas listas de presentes. O Blog da Ponto e Vírgula resolveu entrar nessa e separou algumas sugestões. São produtos relacionados a conteúdos de cinema e TV. 

Mas como nós não estamos recebendo nada para fazer isso, vale ressaltar que nossa principal preocupação é mostrar alguns exemplos de EXTRAÇÃO, um dos 7 conceitos nucleares segundo Henry Jenkins para se escrever um conteúdo transmídia. Segundo Jenkins, a história deve dar elementos ao espectador que ele tenha vontade de trazer para o seu mundo, depois que viveu a experiência daquele universo que você criou. Os exemplos mais banais disso são os produtos licenciados. 

A lista que vamos sugerir é composta por produtos que estão acima da simples categoria de souvenir. Eles são elementos dramáticos que fazem parte da história e que, graças à profundidade da mesma, transformam-se em objetos tangíveis em nosso mundo real. Ter qualquer um destes produtos faz com que o conteúdo se materialize no nosso cotidiano que, para tristeza de alguns fã, não é ficcional. 


1) O primeiro produto não poderia deixar de ser o eterno sabre de luz. George Lucas criou, dentro de seu universo fantástico, um arma elegante, que exige agilidade e concentração de seu usuário e que não representa algo tão violento assim mesmo para as crianças. Quem nunca brincou com os primos de lutar espada. E por que não lutar com sabres de luz e resolver de uma vez por todas se a Força vai vencer o seu Lado negro?






2) A segunda sugestão é mais difícil de achar para vender aqui no Brasil. Trata-se de boneco bubblehead de Dwigth Schrute. The Office é uma das grandes séries de comédias de todos os tempos. A versão americana tem esse personagem completamente insano e que faz muitas pessoas gargalharem. E, segundo o próprio personagem, o melhor presente que ele já ganhou na vida foi um bubblehead dele próprio, dado por sua então namorada Angela. Dwight exibe orgulhoso o brinquedo na sua mesa do escritório. E a NBC não perdeu tempo e colocou no mercado para que o fã possa desfrutar de um pouco de bom humor no seu local de trabalho.




3) Chamem Barney Stinson do que quiser. Mas ele é um dos personagens mais engraçados que apareceu na TV americana nos últimos tempos. Na quinta temporada de How I Met Your Mother, Barney apresenta para seus amigos seu Playbook. Um livro onde ele concentra todas os movimentos e histórias absurdas que ele usa para conquistar uma garota. A essa altura da série o espectador já conhece o personagem e sabe das peripécias que ele enfrenta para levar uma mulher para a cama. Já conhece o blog que Barney mantém. E quando, no episódio 8 da quinta temporada Stinson mostra seu playbook, imaginamos como seria awesome (para usar o termo preferido de Barney) colocar as mãos nele. Bem... você pode. Os autores já haviam lançado The Bro Code, outro livro que Barney alega ter escrito. Mas The Playbook é mostrado no episódio. E de lá ele pulou para as prateleiras das livrarias da vida real.




Ok. A jarra de abacaxi da grande família não tem um função dramática na história. Mas passou a ser marca registrada da mesa posta por Nenê e ganhou, ao longo das temporadas, diversas formas e funções diferentes. Pode parecer brega, mas é engraçado.




Para finalizar, um clássico. Quantas gerações não cresceram sabendo que depois de um plano infalível do Cebolinha vem sempre uma coelhada da Mônica? E qual coelho ela usa para isso? Seu inseparável Sansão. O simpático coelho de pelúcia azul, fácil de encontrar em qualquer loja de brinquedos por aí. Para você bater em alguém ou saciar seus desejos de encher as orelhas dele de nós.




E você? Tem alguma sugestão para acrescentar na nossa lista?

terça-feira, 30 de outubro de 2012

TV Fechada no Brasil chega a 15,4 milhões de assinantes!

O número de assinantes de TV a Cabo no Brasil e na America Latina não para de crescer. Em dois artigos recentes (esse e esse), o site Tela Viva mostrou como ainda é enorme o potencial do mercado brasileiro. Além disso a taxa de crescimento continua alta (29% esse ano). O que mostra que TV no Brasil está se tornando um excelente negócio.

Esta expansão, aliada à lei 12.485, traz boas perspectivas para os profissionais de criação do audiovisual. Por enquanto, canais e produtoras independentes (principais afetados pelas cotas estabelecidas pela lei) ainda estão batendo um pouco as cabeças. Mas isso é normal neste momento de transição. Cada um está tentando se adequar. E parece que poucos estavam preparados para entender as necessidades destas novas relações de mercado que estão se estabelecendo.

Alguns canais já anunciaram produções independentes outros estão comprando filmes nacionais para cumprirem a cota. A aposta da Ancine é que este modelo de licenciar produtos acabe se esgotando naturalmente, afinal o assinante não quer ficar assistindo os mesmos filmes 700 vezes.

Portanto, a expectativa é que haja um crescimento na produção independente que vai trazer novos conteúdos para os canais, mais identificados com a necessidade do público brasileiro e com a qualidade exigida pelos exibidores.


quinta-feira, 12 de abril de 2012

A Guerra Civil da Marvel




Eu tenho que admitir que comecei a ler quadrinhos de super heróis tardiamente. Também abandonei o hábito precocemente. Acontece que, com certeza, as histórias em quadrinhos estão cada vez assumindo maior importância no desenvolvimento de novas formas de narrativa. Ao que me parece, existem duas pontas de lança na vanguarda das novas narrativas: os video-games e os quadrinhos.

Então, cansei de ficar só ouvindo sobre a tal Guerra Civil da Marvel e resolvi descobrir afinal o que foi isso. Meu primeiro ponto de interesse foi a proposta de multiplicidade feita pela gigante dos quadrinhos. A tal Guerra Civil, protagonizada pelo Homem de Ferro em oposição ao Capitão América, foi contada através de diversas revistas, dos mais diferentes heróis do selo. Algumas revistas se dedicavam mais ao tema da tal guerra, outras a tinham apenas como pano de fundo.

Fiz uma pesquisa em alguns blogs especializados e consegui uma lista com 102 revistas que seriam importantes para a compreensão da Guerra. Isso mesmo. 102. Eu não contei, mas podemos colocar aí uma média de 30 páginas para cada uma o que nos leva à uma saga de mais de 3000 páginas de quadrinhos.

Como eu disse, algumas delas são exclusivamente dedicadas ao evento, como a série Frontline, que acompanha a trajetória de dois jornalistas (portanto não super-humanos) que estão cobrindo a guerra. Na minha opinião, esta é uma das melhores partes da saga. Outras são próprias de super-heróis, como o Homem Aranha, bastante envolvidos com a Guerra. Há uma terceira linha de heróis que parece coadjuvantes no evento mas, de alguma forma, tiveram seu universo abalado pela guerra, ou desempenharam algum papel nos acontecimentos da mesma.

Não há um consenso entre os leitores sobre a melhor ordem para ler as tais 102 revistas. Isso é bastante interessante. A leitura que eu fiz foi baseada na ordem cronológica do lançamento do lançamento delas nas bancas. Entretanto, algumas estiveram disponíveis em datas bem próximas, ou mesmo em data comum. A possibilidade de ler a Guerra Civil da Marvel de diversos pontos de vista é uma mostra do potencial narrativo da obra.

Muitas vezes, as histórias estão escritas de forma deslocada cronologicamente, assumindo elipses de tempo que você só vai compreender totalmente quando fizer a leitura das demais revistas. Entretanto, dificilmente você ficará completamente perdido na trama se pular algumas delas (exceto alguns números chaves). Esta é uma habilidade narrativa bem interessante e moderna (no sentido que se está fazendo bastante hoje em dia). E a capacidade de usa-la dentro de um contexto que envolve 102 revistinhas diferentes mostra a excelência da Marvel em encadear histórias paralelas a partir de um mesmo eixo dramático.

Agora vamos à parte crítica. Talvez pelo fato de eu ter ficado tanto tempo longe das revistas de super-heróis, me surpreendi com a fraca dramaturgia adotada nessas histórias. A maioria dos personagens soa rasa e as escolhas e os conflitos de cada um acabam sendo resolvidos de uma forma muito fácil e brusca, sem progressão. No final das contas, acabei mais entretido pela forma como a história foi contada do que com o conteúdo em si.

Acredito que houve uma certa hesitação da Marvel para fazer a com que a Guerra Civil fosse mais densa. O principal conflito é causado pela morte de um sub-herói executada por um ciborgue que pensa que é o Thor. Quer dizer, dramaticamente um personagem inexpressivo no universo Marvel é morto por um robô que também não é o verdadeiro personagem do universo Marvel.

A tal Guerra Civil resume-se a dois grupos de heróis brigando sobre uma nova lei que o governo americano quer impor. Seria um pano de fundo excelente para mostrar, por exemplo, o racha no Quarteto Fantástico, um dos mais tradicionais grupos de heróis da Marvel. Mas, embora o tal racha aconteça e o Quarteto seja remodelado, o conflito entre personagens são mais fracos do que eles prometiam no início.

A própria solução da Guerra é muito fraca, quando um dos lados percebe as consequências daquela luta insana entre antigos aliados e a destruição que ela está causando. Como se isso não pudesse ter sido percebido antes. Sem falar do tempo e os conflitos gerados para que o Pantera Negra se posicione e, quando finalmente o faz, a guerra acaba, e fica aquela sensação de vazio.

A melhor trajetória de todas, durante a Guerra Civil, é, sem dúvida, a do Homem Aranha. Talvez por ser um personagem bem elaborado cujas alterações nas relações pessoais causam de fato impacto nele. Embora você faça uma ideia do que pode acontecer com Peter Parker, até a última revista do evento te surpreende.

O que pode ocorrer é que, ao espalhar através de tantas revistas a questão da Guerra Civil, a Marvel não conseguiu manter uma densidade apropriada para a história. Mas a minha opinião é que houve certo temor em relação ao próprio evento proposto, que em si já altera o Universo Marvel de uma forma sem precedentes. Isso tenta ser disfarçado na primeira revista da saga onde podemos ler trechos que seriam de uma conversa entre um redator hesitante e seu companheiro de trabalho na Marvel. Existiu uma preocupação de manter a maior parte dos personagens intactos, já que todo o mundo a volta deles estava mudando, fazendo com que não houvesse como aprofundar os conflitos dramáticos causados pela Guerra Civil.

Mas isso é o que eu acho. Os fãs adoraram. Fizeram até um trailer de um possível filme.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Save Ferris!

O comercial de maior repercussão do Super Bowl de 2012 foi o da Honda, onde Matthew Broderick revive o grande personagem de sua carreira cinematográfica: Ferris Bueller.

O viral de 10 segundos (que você assiste abaixo), obteve nada menos do que 4,4 milhões de visualizações na primeira semana de sua divulgação.


A intenção do anunciante foi clara. Ele foi direto na memória afetiva das pessoas que tiveram em Ferris uma espécie de guru nos anos 80. As músicas, as referências visuais e a mesma questão dramática do filme: "como eu vou desperdiçar um dia desses no trabalho (já que, quase 30 anos depois, Bueller não está mais na escola)?"

O personagem de Matthew Broderick cresceu (assim como seus fãs) e agora mata o trabalho e, de quebra, ainda aproveita o dia passeando no seu Honda. Assista o comercial completo abaixo.


Há anos existe uma especulação na internet acerca da produção de Curtindo a Vida Adoidado 2. E, teoricamente, o roteiro começaria exatamente como a peça publicitária em questão.

Mas terá sido coincidência um comercial que utiliza elementos de storytelling, vinculado a uma franquia de sucesso e estrelado por um personagem que desperta o interesse das pessoas, ser o número 1 do Super Bowl? Parece que não.

Em 2011, o comercial que obteve maior número de visualizações foi "The Force", que você pode assistir aqui. Aliás, a continuação desta campanha da Volkswagen obteve a segunda colocação em 2012, de visualizações no Youtube.


A versão kid do maior vilão das galáxias bombou ano passado. E o fato das duas campanhas de maior repercussão do Super Bowl 2012 serem pautadas em bem sucedidas franquias, mostra a Força do conteúdo audiovisual. Não há melhor forma de se comunicar do que usando uma boa história. Oh, yeah... Chuckachucka...