terça-feira, 3 de maio de 2011

Adaptação X Transmedia X Transmedia Storytelling - Parte II

Alguém pode falar: "Transmedia Storytelling não é algo tão novo assim! Há muito tempo já se adapta peças de teatro para o cinema, o livros para o teatro, ou etc e etc."

Não é bem assim. De fato a adaptação é algo que já se faz há muito tempo no mundo das artes. E o cinema é mestre em fazer isso. Existe uma estatística que mostra que algumas das maiores bilheterias de todos os tempos são oriundas de filmes que vêm de alguma adaptação. Pode ser o Homem-Aranha importado dos quadrinhos. Ou até mesmo o Titanic, importado de uma tragédia real.

Todos eles são adaptações de algo que surgiu em determinada mídia e foi parar em outra, no caso, o cinema.

Só para provocar um pouco, é bom lembrar que a maior bilheteria de todos os tempos é Avatar, curiosamente original, e possuidor de complexo e rico conteúdo de transmedia storytelling.

Mas voltando ao assunto. Seriam as adaptações transmedia storytelling? Na minha opinião, não! As adaptações são ações transmedia, com certeza. Um conteúdo originariamente produzido para uma mídia, foi moldado para outra. Ok.

Mas é só transmedia. Não transmedia storytelling. Para estar nessa segunda categoria, um conteúdo não pode simplesmente ser o resultado de uma adaptação. Transmedia storytelling implica em se lançar mão de diversas plataformas para que uma história seja contada. No caso de Titanic, por exemplo, a tragédia acontecida no mundo real, estampada em diversos jornais e retratada em muitos documentários, não se comunica com o filme ficcional de James Cameron.

O simples fato de um conteúdo ser transmedia, não faz dele um transmedia storytelling content.

Pode vir algum espertinho com a seguinte pegadinha: "Então você está dizendo que o Homem-Aranha e Harry Potter não são transmedia storytelling?"

Alto lá! Vamos analisar o Harry Potter. Se tivesse ocorrido a simples adaptação dos livros para o cinema, certamente esta afirmação estaria certa. Mas, não foi o que aconteceu. Junto com a criação dos filmes, os responsáveis aproveitaram o enorme potencial do universo criado por J. K. Rowling e desenvolveram diversas ações que fortaleceram a franquia através de diferentes plataformas.

Video games, parque temático e até o estímulo à produção de fan fiction mostram como Harry Potter foi pensado pela Warner como um conteúdo de transmedia storytelling desde o primeiro filme.

Concluindo, embora as adaptações possam ser consideradas transmedia, elas não são necessariamente transmedia storytelling. Quando esta transposição é feita, ela pode ser um elemento que caracterizará uma ação de transmedia storytelling, mas por si só, ela é apenas uma adaptação do mesmo conteúdo para uma mídia diferente da sua original.



Well, ok. Someone can say: “Transmedia storytelling isn’t that new! People have been adapting play into movies, books into plays, so on and so forth for ages.”

It doesn’t exactly work that way. Yes, adaptation is a process known for a very long time in the art world. Film is the master of doing this. In fact, research shows that a big chunk of the movies among the highest grossing of all times, in fact, are adapted stories, some way or another. Spider-Man, imported from comics. Titanic, imported from a real-life tragedy.

These are adaptations of stories that appeared in one media and ended up in another, in this case, the cinema.

Food for thought: Avatar is, curiously, an original story, and has a vast content in transmedia story-telling.

So. Are adaptations a form of transmedia storytelling? Not in my opinion! Adaptations are certainly transmedia. But not transmedia storytelling. Here’s the difference. In the latter, the content depends on various medias to tell one same story. Take the Titanic. Its a real life event and depicted in many newspapers and document, which are, in now way, related to the James Cameron film.

So, its not the fact that the same content is in two medias that defines it as transmedia storytelling content.

“So you’re saying that Spider Man and Harry Potter are not transmedia storytelling concept?”

Lets analyse Harry Potter. If the book had simply been transposed to screen, the answer would be: no, they aren’t. But that’s not what happened. During the development of the film, the creative team took advantage of the huge potential the universe created by J.K Rowling had, and developed different strategies in various platforms to strengthen the franchise. Video-Games, theme parks and even the inciting of fan fiction by the studio show that Warner thought of the whole product as transmedia storytelling content, since the first movie of the series.

To conclude: its not the presence of the same product in more then one media that makes it transmedia storytelling. It’s the interconnection of the medias to help tell one, layered and consistent story.